CDI é o Certificado emitido pelos bancos. A média das taxas desses títulos é calculada e divulgada, formando a taxa DI-Cetip, que servirá de referência. Porém, habituou-se tratar o termo “CDI” como taxa, índice, etc.
Foi-se o tempo em que a taxa DI refletia somente o custo de captação bancária e interbancária. Hoje, a taxa do CDI virou um índice para todo tipo de contrato na economia.
Desde contratos simples, mas vultosos, como dívidas entre empresas, ou contratos de SWAP em que se vende o risco cambial e se adquire o risco da taxa DI, até questões mais formais, como os ajustes a valor presente, AVP, na convergência para o padrão internacional de contabilidade, o IFRS. Enfim, hoje, o CDI virou o indexador geral de contratos, pois embute inflação e juros remuneratórios.
Corrija aqui valores indexados ao usando o índice CDI:
No artigo sobre custo de oportunidade, vimos que a Selic (“o custo do dinheiro público”) e a taxa CDI (“o custo do dinheiro privado”) são consideradas a rentabilidade mínima para que um investimento seja interessante, no mercado financeiro, ou viável, se em ativos físicos ou uma expansão fabril.
Isso decorre da simples substituição: se você pode aplicar seu dinheiro em investimentos que rendem, com segurança e liquidez, tais taxas, por que correr risco em um empreendimento com rentabilidade similar? Veja alguns riscos de mercado:
Assim, se você tem opção de investir livre de risco a essas taxas, não faz qualquer sentido ingressar no mercado (financeiro ou não) para obter taxas iguais ou inferiores ao CDI, desperdiçando dinheiro no primeiro caso, ou correndo riscos inúteis, no segundo. Como o custo de capital no Brasil é o maior do mundo, somente negócios muito bons e resilientes a crises podem ser considerados interessantes.
Se não é possível adquirir CDI, você deve buscar aplicações com rentabilidade atrelada à taxa DI. Como o DI a se concretizar ainda não é sabido, tais aplicações são consideradas pós-fixadas e sua forma de remuneração é um determinado percentual da taxa CDI:
O CDB é um Certificado de Depósito Bancário, emitido pelos bancos para captação de dinheiro das pessoas físicas (pouca gente sabe, mas o CDB é transferível). Além disso, nem sempre possui liquidez, já que pode não ser resgatável antes do vencimento.
Os CDB são emitidos na modalidade prefixada ou na modalidade pós-fixada. Nesse caso, o rendimento do CDB é determinável através de um percentual do DI.
Como você pode investir em Tesouro Selic, rendendo aproximadamente a taxa CDI, com liquidez e segurança, não imaginamos como há pessoas que adquirem, perante seus bancos, CDB-DI a taxas inferiores a 100% da taxa CDI.
Temos um artigo que explica o que é CDB, como funciona, incluindo opção de simulação de investimentos em CDB pós-fixado: o CDB-DI. Leia aqui mais sobre CDB.
Também existe o investimento em LCI pós-fixada, com rentabilidade atrelada ao CDI e isenta de IRPF. Leia mais sobre a rentabilidade da LCI e suas características em nosso artigo sobre a LCI.
Há também a opção de aplicar em um fundo DI em seu banco. Além da diferenças na essência entre um fundo de investimento e um CDB, a principal diferença prática de um fundo DI para o CDB costuma ser a liquidez.
Os fundos DI na maioria das vezes possuem resgate a qualquer momento, bastando realizar essa opção no internet banking.
Para compensar essa vantagem, os fundos DI costumam vir com uma desvantagem: suas taxas de administração elevadas o tornam ainda menos rentável que os CDB com taxa inferior a 100%.
Ao contrário do que parece, obter rentabilidades superiores à taxa CDI não é difícil nem arriscado. Basta ter técnica. Só nesse artigo, você já aprendeu que é possível adquirir Tesouro Selic e obter, com risco zero e liquidez plena (resgate todos os dias), uma taxa levemente superior ao CDI diário.
Caso você ainda não conheça o investimento em títulos públicos, temos esse artigo ensinando como investir no Tesouro Direto, e você ainda pode baixar esse ebook explicando que é possível obter rendimentos mais elevados que a taxa Selic ou o CDI:
Assim, como o Tesouro Direto oferece um título público com liquidez e rentabilidade diárias, sem valor mínimo de investimento, que é o Tesouro Selic – LFT, não faz sentido algum aplicar em qualquer investimento (como um CDB) inferior a 100% do DI ou que ofereça a mesma rentabilidade, mas tenha prazo mínimo estipulado para resgate.
A taxa CDI que ainda está por se realizar também é alvo de previsões pelo mercado. Não somente por parte dos especuladores em juros, mas por demandas reais de investidores estrangeiros em renda fixa.
O investidor pode usar essas previsões do DI futuro para estimar sua rentabilidade em CDB pós-fixado. Por isso nosso simulador de investimentos possui algumas estimativas de DI:
Mês | DI esperado |
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Janeiro/20 | |
Janeiro/21 | |
Janeiro/22 | |
Janeiro/23 | |
Janeiro/24 | |
Atualizado | 12/8/2019 |
1A taxa Selic é apurada em operações garantidas por títulos públicos, mas os CDI, remunerados à chamada taxa DI, são garantidos por títulos privados. Lemos um artigo bastante popular da internet em que os “especialistas” afirmam que o CDI é lastreado em títulos públicos. Tome cuidado com suas fontes, você pode “desaprender”.
2Ao que já encontramos em trabalhos científicos, cita-se que somente no Brasil a taxa de referência privada é inferior à taxa referência dos títulos públicos. Já que esses últimos, mesmo por aqui, são considerados os ativos livres de risco. Essa diferença é considerada uma anomalia.
Houve ocasiões em que a taxa DI esteve até 0,17 pontos percentuais ano inferior, permitindo até que os bancos realizassem arbitragem, captando à taxa DI e adquirindo títulos à taxa Selic. Risco zero, ganho milionário.